Borges,
no quarto da semiluz descongelo o rosto
e cravo os dentes no busto da parede
Percebo o engrolado de vozes que vazam ante as fendas
Trato de descer a escada
agarrado nas três pétalas da flor de lís,
o meu plano fechado
Estou do outro lado da parede, sacerdote do breu,
nem mesmo de olhos alargados não,
não consigo sugar a aura das sementes de dragão
Melhor embarcar no helicóptero da antiguidade do Gita
e parir na atmosfera das aves de fumaça
As minhas orelhas azuis estão cheias de nanquim
O rastro de tinta magnetiza
as nuvens e escurece hélios
O espírito noturno retorna,
o véu veludo desmorona sobre o corpo tênue da Terra
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