terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Borges,
no quarto da semiluz descongelo o rosto
e cravo os dentes no busto da parede
Percebo o engrolado de vozes que vazam ante as fendas

Trato de descer a escada
agarrado nas três pétalas da flor de lís,
o meu plano fechado

Estou do outro lado da parede, sacerdote do breu,
nem mesmo de olhos alargados não,
não consigo sugar a aura das sementes de dragão

Melhor embarcar no helicóptero da antiguidade do Gita
e parir na atmosfera das aves de fumaça

As minhas orelhas azuis estão cheias de nanquim
O rastro de tinta magnetiza
as nuvens e escurece hélios
O espírito noturno retorna,
o véu veludo desmorona sobre o corpo tênue da Terra

Nenhum comentário:

Postar um comentário